terça-feira, 27 de julho de 2010

Grávida e Sozinha?

Pelo menos é assim que nos sentimos ao olhar aquela folha de papel que nos diz: "positivo" e não temos com quem dividir a tal felicidade que nos acomete, apesar do medo!. Nos sentimos a pessoa mais solitária do mundo e, embora nossa parte racional nos diga que o bebê não nos deixará nunca mais ficarmos sós, nosso emocional ainda não pôde captar esta mensagem. Como se não bastasse o susto da situação e a força e a coragem necessárias para superar este momento, ainda temos que encarar o fantasma da solidão.
Ao decidirmos levar adiante uma "gravidez independente", estamos abrindo mão de coisas que seriam nossas por direito. Coisas que a maior parte das grávidas têm: massagens nos pés, ombros para recostar e/ou chorar, beijos na barriga, desejos atendidos de madrugada, alguém pra conversar com uma barriga. É como se, de repente, nos víssemos em um planeta diferente (onde a gravidade é muito mais forte) em que, apesar de estarmos no meio de uma multidão, estivéssemos incomunicáveis. São todos alienígenas, que não têm muita idéia do que você está passando e não conseguem falar direito a sua língua.
Mas quem disse que isso é inteiramente verdade? Quando se está grávida sempre pode contar com os beijos e conversas com a barriga que a sua irmã - madrinha do bebê - pode proporcionar. Se tiver desejos, sei que o seu pai os atenderia (provavelmente não de madrugada). Do mesmo modo em que atendeu algumas vontades que teve e fez pratos especiais apenas para te alegrar. As massagens nos pés podem ser feitas por uma grande amiga que, além de também oferecer o ombro e o ouvido, ainda te dá dicas super úteis sobre a gravidez e a amamentação.
Pensando bem, talvez a "gravidez independente" não seja assim tão solitária quanto parece, já que trocamos um marido (ou namorado) por um monte de pessoas.
Permita-se então relaxar e olhar ao redor! E não se esqueça: ser mãe solteira agora não significa que você será solteira para sempre. Mas você sempre será mãe.

domingo, 25 de julho de 2010

Felicidade Para Mães e Filhos

As mães que criam sozinhas as suas crianças e as crianças que crescem sem o pai delas, podem, de igual maneira às famílias normalmente constituídas, alcançar a felicidade. Porém, isto requer um trabalho de desenvolvimento pessoal consciente e constante por parte das mães, essas que devem estar permanentemente se interrogando a respeito da educação de suas crianças. Muitas mães os vêem como extensão delas mesmas, portanto, acabam exigindo que cumpram com as suas expectativas e, por outro lado, não conseguem colocar limites nem fazê-los respeitar normas, por querer desta maneira compensar a ausência do pai.
É benéfico que as mães tenham grupos de amigas e amigos que levem a cabo alguma outra atividade à parte de seu trabalho e que sempre estejam rodeadas de outras mães, para assim comparar o desenvolvimento de seu filho em relação aos dos outros. Deste modo, podem prevenir-se de transformar-se - produto da pressão e da solidão - em mães superprotetoras, onipotentes e asfixiantes, e alcançar, tanto elas como seus filhos, a felicidade mútua.

Mães Solteiras

Durante a infância, as mães solteiras se deparam entre o segundo e o terceiro ano de vida de seu filho com a pergunta: e meu papai? Apesar de que sempre se devem dar à criança respostas consistentes, quando o menor dos filhos é pequeno, não convém entrar em detalhes porque não está preparado para entendê-los. A única coisa que quer é ter um pai e ter o direito de pensar que ele existe.
Se o pai conhece a criança e quer participar de sua educação, é recomendável que a mãe o permita, porém ao mesmo tempo regule sua presença. É necessário proteger as crianças de relações não estáveis, e por isso não é conveniente que o pai apareça quando queira, senão que - para o beneficio da criança - participe de maneira constante. Por esta mesma razão, as mães devem ter especial cuidado ao apresentar a seus filhos um eventual novo companheiro, porque se for algo passageiro, os expõem a viver uma nova perda.
E se é habitual que o pai não se faça presente, em situações como esta é recomendado dizer à criança, por exemplo, que seu pai vive em outro lugar, porque com o passar dos anos pode aparecer novamente. Com efeito, muitos pais aparecem quando as crianças já são pré-adolescentes ou quando já estão entrando na vida adulta. É muito melhor que o menino tenha a ilusão de que seu pai está longe, porém que existe, do que viver com um sentimento de abandono constante.
No entanto, as mães têm que ter especial cuidado em não supervalorizar a figura do pai para não fazer crescer no pequeno falsas expectativas a respeito dele. Não se trata de retratar o pai ausente como um super-homem ou de dizer-lhe que quando voltar vai-lhe trazer presentes; senão que simplesmente existe e que tem que viver em outro lugar, mas que apesar disso o quer muito. A medida que a criança cresce e seu pensamento se torna mais complexo, é bom dar-lhe mais explicações. É recomendável, por exemplo, que a mãe diga ao filho: "teu pai e eu nos separamos, e por razões de trabalho ele teve que ir-se para longe, porém quem sabe em algum momento te escreverá".

Mães separadas

Quando os pais se separam e o pai se vai da casa e ainda se desentende dos filhos, os pequenos vivem a situação com uma dor muito profunda, e inclusive se sentem como se seu pai tivesse morrido, ficando desconcertados frente à sua repentina ausência.
No caso de uma separação matrimonial, é recomendado que as mães se esforcem ao máximo para conseguir que o pai continue presente na vida dos filhos. Há casos em que os pais procuram estar perto dos filhos, porém se deparam contra um "muro" da mãe. Muitas vezes os pais querem participar, mas as mães não o deixam ou condicionam as visitas ao pagamento da pensão alimentícia. No entanto, e se o pai em algum momento não puder pagar? A mãe vai expor a criança à ruptura com seu pai? As duas coisas não deveriam estar relacionadas porque assim se prejudica a estabilidade emocional das crianças.
Se depois da separação é o pai que se esquece dos filhos, as mães devem explicar-lhes a situação dizendo, por exemplo: "teu pai está passando por um mau momento. Tenhamos fé e esperemos, porque ele te ama e seguramente depois de algum tempo irá te procurar".
A mãe nunca deveria pressionar o pai para que visite seus filhos, porque se ele não quer fazer isto, para as crianças não fará bem estar com ele. Não vai lhe transmitir amor, e a mãe tem a obrigação de proteger o filho disso.

A Ausência do Pai

Existe uma tendência muito acentuada - com exceção das mulheres que ficaram viúvas - de que as mães procurem "apagar" a figura do pai do contexto familiar. Há muito poucas mulheres que conseguem separar suas raivas e conflitos interiores e, em geral, transmitem às crianças os sentimentos de frustração derivadas da relação fracassada com o cônjuge. É freqüente que as crianças se transformem em confidentes da mãe e recebam todas as críticas que ela faz ao pai.
Como conseqüência, há uma alta porcentagem de crianças que não tem pais funcionando bem não só pela irresponsabilidade do próprio pai, senão que pelos efeitos da consciência da mãe. As mamães devem ter claro que é muito importante a presença do pai na educação e formação dos filhos, especialmente nos filhos homens.
Se o pai está ausente da vida do garoto, é preciso proporcionar-lhe igualmente uma imagem paterna, porque isso lhe assegura um equilíbrio emocional e a possibilidade concreta de poder, no futuro, formar uma família. Um substituto masculino significativo para o menino pode ser algum de seus avós, um tio ou inclusive algum professor e, para estabelecer uma relação entre ambos, é preciso que exista uma clara disposição desse substituto de estabelecer um vínculo com o garoto mais além de seu parentesco ou relação inicial.
Assim mesmo, é vital dar-lhe respostas coerentes e consistentes frente à pergunta: tenho papai? Ou: por que meu pai não vive comigo? Estas perguntas variam dependendo da história de cada mãe, porém sempre devem dar à criança a certeza de que ela tem um pai, que pode estar longe no caso das mães solteiras ou separadas, porém que em algum momento pode voltar; ou que está no céu, quando se trata de mães que ficaram viúvas, porém que estará sempre presente em seu coração.
É importante evitar na criança a fantasia de que seu papai se foi porque não o queria ou que o que se sucedeu entre seus pais foi por culpa dele. Por isso, é necessário deixar-lhe claro que seu pai o ama, porém que, por distintos motivos não pode estar com ele.